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Violência no namoro - Os jovens estão mais violentos?

Em Portugal, sabe-se que ''58% dos jovens que namoram ou já namoraram, reportam já ter sofrido pelo menos uma forma de violência por parte da/o atual ou ex-companheiro/a e 67% dos jovens consideram como natural algum dos comportamentos de violência''.

Este, é um dos factos assustadores sobre a violência no namoro.

Imagem: Marco Bianchetti | At: Unsplash

A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta, divulgou este e outros dados preocupantes, através de um estudo realizado, no âmbito da campanha #NamorarSemViolência, que contou com a participação de 5 mil jovens, cuja média de idades é de 15 anos.

Deste estudo realizado em 2020, surgiram ainda outros dados que retratam a realidade do nosso país, no que concerne ao namoro entre jovens.


Dos jovens inquiridos, muitos indicam comportamentos normais e não consideram violência no namoro, os seguintes exemplos:


  • Violência física (como empurrar ou esbofetear) (5%);

  • Violência psicológica (15%);

  • Proibir a pessoa de conviver ou falar com os seus amigos (23%);

  • Ser perseguido/a pelos/as namorados/as (23%);

  • Controlar (26%);

  • Entrar nas redes sociais do/a companheira sem autorização (35%).


Através dos dados divulgados pela UMAR, percebe-se a importância de transmitir aos nossos jovens que a violência no namoro é real, e pode perpetuar-se de várias formas. É necessário que os jovens saibam que a violência no namoro pode surgir através de violência física, psicológica, verbal, social e sexual, e que esses comportamentos podem ser identificados:


Violência Física:

  • Usar a força física para qualquer tipo de comportamento;

  • Atirar objetos à vítima;

  • Empurrar, dar pontapés, murros ou chapadas;

  • Fechar portas para proibir a vítima de sair de algum local;

  • Agarrar a vítima;

Violência Psicológica:

  • Atirar objetos para o chão como forma de intimidar a vítima;

  • Controlar o que a vítima faz no dia a dia, como se veste, a sua companhia e rotinas (ligar ou enviar mensagens constantemente também são formas de controlo);

  • Estragar ou partir objetos pessoais (roupa, por exemplo);

  • Utilizar estratégias para manipular a vítima (dizer que mais ninguém ficará com a vítima se a relação terminar);

  • Promover a ideia de que os ciúmes são sinal de amor e desejo pela vítima;

Violência Verbal:

  • Chamar nomes ou gritar;

  • Humilhar a vítima em público ou privado;

  • Ameaçar (dizer que termina o namoro se as suas vontades não forem cumpridas);

Violência Social:

  • A vítima é proibida de conviver ou falar com os seus amigos ou familiares;

  • Controlar ou aceder às redes sociais da vítima, telemóvel ou email sem a sua autorização;


Violência Sexual:

  • Obrigar a vítima a ter relações sexuais contra a vontade;

  • Obrigar a vítima a ser acariciada sem que seja essa a sua vontade;

No entanto, é importante lembrar que:

Qualquer comportamento que tenha o objetivo de humilhar, controlar ou causar sofrimento na vítima, é violência!


É igualmente importante transmitir aos nossos jovens que a violência no namoro é algo real, e não acontece apenas em casais que vivem juntos ou são casados.

Os ciúmes não significam amor, não significa que o/a agressor/a gosta da vítima, se preocupa ou que está apaixonado/a.

A violência tem sempre tendência a aumentar, e nunca o contrário.


Ninguém tem o direito de controlar ou humilhar alguém!


A violência não é aceitável e nunca é culpa da vítima!







É fundamental que os jovens percebam e saibam identificar estes comportamentos violentos, para que possam procurar um adulto de confiança que os possa apoiar e proteger, assim como ajudar a sair da situação.

A APAV (116 006) disponibiliza apoio emocional, jurídico, psicológico e social a vítimas de violência, pelo que se torna um contacto bastante útil, para onde os jovens podem ligar, caso não se sintam à vontade de partilhar a informação com outras pessoas .


Até breve!


Susana Santos

Psicóloga Clínica

Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses nº 24251


Confinanciado por


68 visualizações1 comentário

1 comentario


Miembro desconocido
30 dic 2021

That's quite powerful, much needed to improve the mental health of individuals, I am doing a research to write on the mental health dissertation topics and this blog of yours has really on point. Thank you!

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