''Entre todas as transições que acompanham a nossa existência de adultos, uma delas destaca-se de entre as demais; O momento em que nos transformamos em pais ou em mães''
(Palácios, 2005).
Tornar-se pai ou mãe, é um dos momentos mais transformadores na vida de qualquer ser humano. Com a chegada de um filho, chegam também as dúvidas, as angústias e as incertezas. ''Será que estou a fazer o meu melhor? Será que estou a educar esta criança de forma correta? Será que devo impor regras e ser exigente? Será que devo dar-lhe liberdade para que se torne autónomo?
Se, por um lado, os pais procuram encorajar os seus filhos e promover o seu desenvolvimento saudável, também desejam que eles aprendam com os seus próprios erros e que saibam que estão a aplicar as estratégias educacionais mais adequadas.
As práticas parentais são determinantes para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças, assim como para assegurar a sua qualidade de vida, e são altamente influenciadas pela cultura e contexto em que se inserem os pais. Este conceito não se refere apenas aos pais biológicos, podendo ser associado aos cuidadores da criança e também a outros membros da família.
No âmbito da parentalidade, surgem os estilos parentais: os estilos parentais são definidos como a relação que é estabelecida entre os pais/cuidadores e a criança, e representa os comportamentos que são dirigidos á criança, em toda sua interação.
Numa abordagem, proposta por Diana Baumrind (1968) psicóloga clínica, os estilos parentais podem ser definidos como o estilo autoritário, o estilo democrático e o estilo permissivo.
Cada estilo parental pode ser caracterizado de várias formas:
Estilo parental autoritário:
Ordens e normas rígidas;
Punições severas;
Comunicação imperativa (as regras não podem discutidas ou modificadas);
Pais altamente exigentes;
Reduzido nível de afeto por parte dos filhos;
Prezam ao máximo o respeito e disciplina, podendo aplicar castigos físicos quando tal não se verifica;
Não é frequente recorrerem ao diálogo com as crianças.
Estilo parental democrático:
Educam de forma racional;
Respeitam as necessidades dos seus filhos e fomentam a troca de opiniões;
Permitem uma maior autonomia e liberdade;
Têm em conta os desejos dos seus filhos;
Dão ordens adequadas ao contexto;
Praticam uma supervisão firme e responsável;
São percebidos como modelos de referência para as crianças.
Estilo parental permissivo:
Regras pouco claras;
Não praticam qualquer tipo de controlo sobre os seus filhos;
Não aplicam punições ou limitações;
Revelam pouca maturidade;
Não procuram alterar os comportamentos dos seus filhos, sejam eles adequados ou não;
São pouco exigentes;
Procuram apenas satisfazer as necessidades básicas das crianças.
Apesar das investigações em relação às praticas parentais se manterem até aos dias de hoje (inclusive surgiram os estilos parentais ''indulgente'' e ''negligente'', que se inserem no estilo parental ''permissivo''), a investigação revela também que, o estilo parental democrático é aquele que revela resultados mais satisfatórios, em relação ao desenvolvimento da criança e da sua qualidade de vida. As crianças revelam bons resultados escolares, menos perturbações do comportamento e menos comportamentos de delinquência. Revelam ainda um ajustamento emocional adequado, uma vez que estes pais permitem que a criança explore o contexto de forma consciente, fazendo uma supervisão responsável, caracterizada por comportamentos de afeto.
Já pensou que tipo de pai/mãe/cuidador é?
Qual o estilo parental que se adequa a si?
Até breve!
Susana Santos
Psicóloga Clínica
Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses nº24251
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