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O Momento Antes do Impacto

Na YMCA acreditamos que o impacto social não acontece por acaso. Ele é construído, preparado e avaliado.


E, antes de cada grande mudança, existe sempre um instante silencioso: o momento antes do impacto. É aquele segundo em que o ar parece suspenso, em que ainda nada aconteceu, mas já sabemos que algo importante está prestes a transformar o terreno.

É nesse espaço que escolhemos estar. Porque não basta esperar pelo estrondo de um meteoro. É preciso antecipar, compreender e transformar.


Porque avaliamos o impacto?


Avaliar impacto não é apenas recolher números ou preencher relatórios.É olhar para a vida real de jovens, famílias e comunidades e perguntar:

  • O que mudou porque estivemos presentes?

  • Que transformações já conseguimos gerar?

  • O que precisa de mudar agora para que o futuro seja melhor?


A avaliação é a nossa bússola. Permite-nos melhorar continuamente, ajustar caminhos e garantir que cada programa da YMCA responde às necessidades concretas das pessoas com quem trabalhamos.


Três níveis de impacto

O impacto não se mede apenas de uma forma. Ele tem camadas, como círculos que se expandem a partir de cada ação.


1. Satisfação – O arranhão na superfície

O primeiro nível é simples, mas essencial: perceber se a experiência foi positiva. Gostaste? Voltarias? Recomendarias?

Na YMCA fazemos esta leitura através de:


  • NPS (Net Promoter Score): probabilidade de recomendação.

  • Escala de Likert (1–5): qualidade, organização, ambiente.

  • Questões abertas: pontos fortes e pontos a melhorar.


Parece pouco? Não é. A satisfação é o primeiro sinal vital. Mostra se estamos a criar experiências significativas ou se precisamos de corrigir.


2. Empoderamento – A energia que se acumula


O segundo nível vai mais fundo: mede a capacidade das pessoas se fortalecerem com o que viveram.

Perguntamos: saíram mais confiantes? Mais autónomas? Mais capazes de participar e liderar?


Esta avaliação é feita de duas formas:

  • Autoavaliação dos jovens → antes e depois da participação, sobre autoconfiança e competências sociais.

  • Avaliação dos profissionais pelos jovens → são eles que dizem se a equipa os inspirou, apoiou e deu espaço para crescer.


É neste nível que percebemos se a YMCA está a ser realmente um espaço de crescimento. E, quando identificamos áreas mais frágeis, redirecionamos energia para apoiar equipas e melhorar metodologias.


3. Impacto Social – O meteoro que deixa marca


Por fim, o terceiro nível: o impacto social.É o momento em que o meteoro atinge a superfície e muda a paisagem.


Aqui já não falamos apenas de satisfação ou empoderamento.Falamos de jovens que se tornam líderes, famílias que quebram ciclos de exclusão, comunidades que se organizam e prosperam.

A pergunta central é: o que seria diferente se a YMCA não existisse?


Para responder, usamos a Teoria da Mudança, que acompanha todo o processo:

  • Inputs → recursos investidos.

  • Atividades → os programas e iniciativas.

  • Outputs → resultados imediatos.

  • Outcomes → mudanças no curto/médio prazo.

  • Impacto → a transformação a longo prazo.


É uma avaliação exigente, mas essencial para garantir que o que fazemos não são apenas boas intenções — são mudanças reais e duradouras.


O papel do marketing e dos profissionais sociais


O impacto só ganha força quando é visível e partilhado.Aqui, o marketing tem um papel determinante: transformar resultados em narrativas, números em histórias, impacto em inspiração coletiva.


E neste processo, o papel do assistente social e do animador sociocultural (youth worker) é decisivo. São eles que vivem o terreno, que leem os contextos, que identificam padrões invisíveis e ajudam a transformar necessidades em propostas de valor. Quando se aliam ao marketing, criamos produtos sociais não só eficazes, mas também legítimos e enraizados na comunidade.


Da superfície ao coração


Podemos pensar nos três níveis como uma viagem:

  • A pele → satisfação.

  • O músculo → empoderamento.

  • O coração → impacto social.


Cada nível tem o seu valor, mas só juntos fazem sentido. Avaliar apenas a satisfação é ficar preso ao imediato. Medir só empoderamento é arriscar potencial sem ação. E olhar apenas para o impacto social pode fazer-nos perder tempo a corrigir erros que podiam ser antecipados.

O segredo está no equilíbrio.


E agora?


Na YMCA assumimos a responsabilidade de estruturar esta abordagem de três níveis. Não apenas para medir, mas para aprender, adaptar e crescer.


Porque, no fundo, avaliar impacto não é sobre relatórios. É sobre vida. É sobre não desperdiçar a oportunidade rara de fazer a diferença. É sobre garantir que, quando olharmos para trás, possamos dizer:


Valeu a pena ter existido, porque o mundo já não é o mesmo.

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