A saúde mental é um tema cada vez mais trazido para a atualidade, e, felizmente, a sua importância é cada vez mais reconhecida. O conceito de saúde deixou de ser associado apenas a saúde física. Cada vez mais pessoas percebem a importância da saúde como um todo. Não só a saúde física, mas também a saúde mental.
O mês de setembro é considerado um mês importante para a saúde mental, não só graças ao Dia Nacional do Psicólogo, assinalado a 04 de setembro, mas também o dia 10 de setembro, assinalado como o dia Mundial da Prevenção do Suicídio.
A campanha ''Setembro Amarelo'' é uma campanha internacional de consciencialização sobre a prevenção do suicídio. O objetivo da campanha visa o combate ao estigma e prevenção da saúde mental, funcionando como um alerta para a população de que esta situação existe, e é a causa de milhares de vidas perdidas, ano após ano.
Alguns factos sobre o suicídio (dados OMS, DGS e CNS):
800 mil pessoas morrem todos os anos por suicídio;
O suicídio é responsável por mais mortes do que o cancro da mama, a guerra ou homicídios;
É uma das principais causas de morte em adolescentes e adultos entre os 15 e os 29 anos;
A taxa de suicido é maior nos homens;
O suicídio está fortemente associado a problemas de saúde mental, nomeadamente a depressão;
As formas mais comuns de suicídio são através da ingestão de pesticidas, enforcamento e recurso a armas de fogo;
Em Portugal, a maior taxa de suicídio situa-se na zona do Alentejo, na sua maioria, em homens com idade igual ou superior a 65 anos;
É frequente ouvir a experiência de familiares ou amigos da vítima, verbalizando que se sentem culpados por não terem percebido os sinais de alerta.
Que comportamentos podem significar um risco de suicídio?
Sentimentos de tristeza e desesperança;
Falar sobre suicídio ou sobre a morte;
Abuso de substâncias (álcool/drogas);
Expressão de pensamentos relacionados com a morte, por exemplo: ''quem me dera adormecer e nunca mais acordar'';
Alterações súbitas na alimentação, rotinas ou hábitos de sono;
Distanciamento de familiares ou amigos sem motivo aparente;
Perda de interesse, em atividades que antes eram prazerosas;
Acesso ou procura ativa de meios letais (armas, venenos, entre outros),
Elaboração de planos ou cartas de despedida (atualmente as publicações nas redes sociais são comuns);
Comportamentos autodestrutivos (por exemplo auto-mutilação);
E como podemos nós fazer a diferença?
Existem várias formas para fazer diferença.
Se sabe ou tem conhecimento de alguém que esteja em risco de cometer suicídio ou com pensamentos de suicídio:
Fale com a pessoa em privado e ouça aquilo que ela tem para lhe dizer;
Não tenha medo de falar sobre o assunto;
Pergunte diretamente se a pessoa já pensou ou pensa em suicídio, e caso a resposta seja afirmativa, ajude-a a procurar aconselhamento médico ou apoio psicológico;
Mostre-lhe que não está sozinha;
Não minimize a dor ou os problemas pelos quais a pessoa está a passar;
Permaneça sempre em contacto;
Pratique a empatia.
Por outro lado, se está a passar por momentos difíceis e já pensou ou pensa em cometer suicídio, saiba que não está sozinho/a!
Não tenha vergonha ou receio em pedir ajuda. O seu sofrimento é real e válido. Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, não escolhem idades nem géneros.
Contacte a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e peça aconselhamento psicológico.
Em alternativa, pode contactar a Linha Conversa Amiga (808 237 327/210 027 159), uma linha de apoio emocional, constituída por profissionais qualificados. O contacto é anónimo e totalmente confidencial. Peça ajuda a familiares ou amigos. Não sofra em silêncio.
A vida é sempre a melhor opção.
Até breve!
Susana Santos
Psicóloga Clínica
Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses Nº24251
Co-financiado por
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